Há quem diga que estamos entrando na era de ouro da Inteligência Artificial (IA). Nos anos 50, Alan Turing (pai da computação) já era pioneiro em IA. Nos anos 90, o Deep Blue (computador da IBM) venceu o então campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Em 2011 o Watson (sistema de computador da IBM) ganhou um programa de televisão internacional, o Jeopardy! Programa recheado de perguntas e respostas, variando entre história, literatura, cultura e ciências. Ganhou contra humanos. Em 2017 a Arábia Saudita concedeu o título de cidadania a Sophia (um robô com inteligência artificial).
Em entrevista a InfoQ, Aidan Casey, gerente da Johnson Controls, falou um pouco sobre como IA pode cooperar com equipes ágeis na criação de melhores produtos de forma mais rápida. Ele citou o Processamento de Linguagem Natural (PNL) como um transformador no desenvolvimento de produtos, indicando que várias das práticas de IA estão camuflando os limites entre software e experiências humanas.
Chatbots e demais interfaces de conversas, tradução de idiomas, análise de sentimentos, respostas prontas para perguntas, e várias outras tecnologias são provenientes do PNL, que nada mais é do que uma área da IA que estuda a capacidade e as limitações do computador em entender a linguagem humana. O computador recebe um texto, reconhece qual o contexto, faz análise sintática, semântica, léxica e morfológica. Cria resumos, extrai informações, interpreta, analisa e aprende conceitos com o processamento dos textos recebidos.
Em metodologias ágeis, o refinamento de backlog e a priorização de atividades podem ser definidos através de uma orientação de dados. IA permite que softwares aprendam sozinhos, oferecendo a equipe ágil dados sobre padrões de consumo dos usuários, fazendo com que as decisões da equipe levem mais em consideração os dados obtidos com aprendizagem de máquina do que o sentimento propriamente dito da equipe.
A Netflix é um exemplo de empresa que se apropriou de IA para conhecer melhor seus usuários e aperfeiçoar seus produtos. A Série Stranger Things nasceu deste tipo de tecnologia. A empresa se utilizou de um algoritmo de análise de dados que a plataforma faz de cada usuário para chegar a um a produto que agregasse valor a boa parte dos clientes. Cada vez mais, fica evidente que a IA bem construída auxilia na escolha de decisões mais assertivas.
Por Hugo Almeida
Pesquisador Industrial do ISI-TICs
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